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Arrancou o projeto Mercadona em Portugal

100 milhões de euros de investimento em 2019 e bloco logístico em Lisboa

Mercadona de Canidelo

Um investimento de oito milhões de euros, 85 trabalhadores, 1.800 metros quadrados de área de venda e 240 lugares de estacionamento. Estes são os números que contam a história da primeira das 10 lojas que a Mercadona tem projetadas para Portugal neste segundo semestre e que abre as portas já esta terça-feira, dia 2 de julho, na freguesia de Canidelo, em Vila Nova de Gaia.

A primeira loja Mercadona em Portugal caracteriza-se pelos espaços amplos e que facilitam a entrada de luz natural e pelas cores quentes na delimitação dos diferentes ambientes que caracterizam o ponto de venda. A loja dispõe de uma entrada de vidro duplo, que evita correntes de ar, lineares específicos de leite fresco e sumos frescos, mural de sushi, um ponto de corte final da carne, onde o cliente pode solicitar um corte específico, charcutaria com presunto ibérico a corte, área de pronto a comer, ilha central na perfumaria para cosméticos especializados e uma máquina de sumo de laranja espremido na hora. Entre os serviços, destaque para as entregas ao domicílio em algumas zonas da freguesia.

Juan Roig

Assim foi dado a conhecer na visita institucional realizada esta segunda-feira, dia 1 de julho, e onde foram apresentados mais alguns detalhes do projeto Mercadona em Portugal. Conduzida por Juan Roig e Hortensia Herrero, respetivamente, presidente e vice-presidente da Mercadona, juntamente com o Conselho de Administração e Comité de Direção, a visita foi acompanhada por representantes das autoridades portuguesas, incluindo o ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, o secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, Luís Medeiros Vieira, o secretário de Estado da Defesa do Consumidor, João Torres, e membros da autarquia, nomeadamente Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia.

E foi num português esforçado, mas perfeitamente percetível, que Juan Roig se expressou para falar de “um projeto de futuro partilhado para construir riqueza e progresso neste país irmão”, que se inicia com a abertura desta loja. “Hoje, é um grande dia para todos os que fazem a Mercadona, pois começa o nosso projeto de internacionalização. É um orgulho para a empresa que este marco histórico seja atingido em Portugal, um país com o qual nos unem tantos vínculos culturais e afetivos, além de vizinhança. Um país com um grande presente e um extraordinário futuro, exemplo de modernidade e inovação. Uma terra que, desde o primeiro dia, faz agora três anos, nos recebeu de braços abertos. Gratidão é a palavra com que quero resumir o que, na Mercadona, sentimos por todos aqueles que deram força a este projeto. Obrigado aos 900 trabalhadores e trabalhadoras pelo seu esforço e trabalho. Obrigado aos 600 fornecedores portugueses que, para nós, são muito importantes. E aos mais de 3.000 chefes, que é como chamamos aos nossos clientes, que desenvolveram connosco o sortido que oferecemos em Portugal”.

Palavras de gratidão que serviram de prenúncio para a promessa de mais investimento, com a ambição da Mercadona a ser a de atingir, nos próximos anos, 150 pontos de venda em Portugal. Certezas, para já, são os planos de abertura de 10 lojas este ano, mais outras tantas em 2020 e também o desenvolvimento de outro bloco logístico perto de Lisboa, além daquele que já possui na Póvoa do Varzim. Um total de 100 milhões de euros de investimento em 2019, que fará elevar o número de recursos humanos, em Portugal, dos atuais 900 para 1.100 colaboradores até ao final do ano.

Mas Juan Roig prometeu também continuar a apostar no desenvolvimento do sector primário em Portugal, facto que foi destacado por Pedro Siza Vieira. “Trata-se de um investimento importante também pela circunstância de oferecer aos fornecedores portugueses novas oportunidades de trabalho e colocação dos seus produtos. Já neste momento, a Mercadona começou a aumentar significativamente as compras de produtos portugueses. É um parceiro para o desenvolvimento da nossa cadeia de valor agroalimentar e proporciona um novo canal de exportações para os nossos produtos”, sublinhou o ministro Adjunto e da Economia.

203 milhões de euros é quanto Mercadona comprou a fornecedores portugueses entre 2016 e 2018, período durante o qual investiu 160 milhões de euros em Portugal. “É um investimento significativo de um grupo respeitado, conhecido e com uma presença muito significativa no nosso país vizinho. Um investimento importante, que vai crescer nos próximos tempos, e que tem uma ambição grande, quer em termos de cobertura geográfica, quer de criação de emprego e investimento propriamente dito. E isso significa confiança no país. Um investimento desta dimensão significa que o grupo acredita na oportunidade existente em Portugal dos consumidores precisarem de um outro tipo de cobertura e de novas ofertas para satisfazer as suas necessidades. Nos últimos anos, a nossa economia tem vindo a crescer, criámos 380 mil empregos, conseguimos subir salários e, portanto, o rendimento disponível das famílias cresceu também. É um mercado que, estando em crescimento, representa para os investidores confiança nas oportunidades que pode criar”, reforçou Pedro Siza Vieira.

O ministro destacou ainda a diversificação das escolhas para o consumidor permitida com a entrada da Mercadona em Portugal, que abraçou este mercado mesmo sabendo do elevado nível de sofisticação do seu retalho alimentar. “É um mercado com muitos operadores estrangeiros e operadores nacionais altamente qualificados e que levaram o sector do retalho alimentar a níveis de excelência. Portanto, a Mercadona sabe que só pode estar em Portugal com sucesso se for muito atenta às necessidades dos consumidores. Sendo esta uma economia em crescimento, é também uma economia que tem espaço para todos”.

Sousa Aroso, em Matosinhos, a 9 de julho, Vermoim, na Maia, a 16 de julho, e Fânzeres, em Gondomar, a 23 de julho são as próximas três lojas a abrir pelo líder da distribuição alimentar em Espanha, mercado onde possui 1.636 pontos de venda e alcançou, em 2018, uma faturação de 24.305 milhões de euros. Para Portugal, a Mercadona recusa-se a traçar objetivos de venda por loja, reiterando que entrou no país para “aprender na sua primeira experiência de internacionalização”.

O que se pode, para já, observar neste espaço de Vila Nova de Gaia é uma aposta na ligação à comunidade como parte do modelo comercial da empresa. “Não havia ainda um tijolo construído e já a Mercadona tinha mudado a vida de Vila Nova de Gaia, fazendo aquilo que é, talvez, o mais difícil num projeto de internacionalização: entrar enquanto parceiro e não enquanto investidor”, confirmou o presidente da autarquia.

Estádio Manoel Marques Gomes

De facto, a primeira loja representa também o primeiro projeto de responsabilidade social da empresa em Portugal, onde o acordo de colaboração alcançado entre a Mercadona, a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, a Junta de Freguesia de Canidelo e o Sport Clube de Canidelo permitiu que as instalações do clube de futebol local sejam totalmente novas. “Não estamos apenas a inaugurar um estabelecimento comercial. Estamos a inaugurar um equipamento que dará emprego a mais de 80 pessoas, que resulta de uma postura comercial completamente diversa daquilo que, tantas vezes, ouvimos falar como a forma predatória como as empresas se inserem no território. Não tenho dúvidas de que, sendo este o primeiro de muitos, e é, pelo menos, o primeiro de três estabelecimentos que vão existir em Vila Nova de Gaia, o sucesso está garantido. Não apenas pela qualidade dos produtos que muitos de nós já testámos quando visitamos o país vizinho, não apenas pelos preços ou pela bonita estética deste espaço. O que vai acontecer em Vila Nova de Gaia é um justo tributo dos cidadãos àqueles que souberam chegar e fazer parte da comunidade. É um projeto numa lógica duradoura, porque o que estamos a perceber não é o surgimento de um estabelecimento que, um dia, pode deixar de o ser, mas um de muitos estabelecimentos que vai passar a fazer parte do nosso quotidiano coletivo”, concluiu Eduardo Vítor Rodrigues.

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