As alianças entre grandes retalhistas de base alimentar não têm um impacto negativo nos preços dos bens agrícolas, nem causam uma subida dos preços de venda ao consumidor, conclui a Comissão Europeia.
Publicada na semana passada a investigação não encontrou evidências de práticas comerciais desleais sistemáticas na cadeia alimentar.
O inquérito foi conduzido a pedido do Parlamento Europeu, face às preocupações crescentes, nos últimos anos, de possíveis efeitos negativos das alianças entre grandes retalhistas europeus. Entre essas preocupações estava a eventualidade dos grupos de compras e de outras alianças prejudicarem o equilíbrio de poder no sector, inibindo os produtores de serem pagos o preço justo pelos seus produtos e potenciando, junto das marcas, uma pressão acrescida aquando das negociações dos contratos com a distribuição.
Evidências não apuradas
O relatório não apurou evidências que materializem estas preocupações e concluiu que as alianças fortalecem a competitividade dos retalhistas envolvidos, que transferem, pelo menos parcialmente, os benefícios obtidos ao consumidor. Em algumas circunstâncias pode haver movimentos de consolidação prejudiciais para os fabricantes, mas, diz Bruxelas, a atual legislação em matéria de práticas comerciais desleais é suficiente para mitigar o problema.