Algumas marcas de moda não sobreviverão à pandemia. Outras terão que mudar o seu modelo de negócio, de modo a poder responder a um consumidor com novas preocupações e expectativas.
A conclusão é de um artigo da Fast Company, que alude à quebra registada em março nas vendas de moda no mercado norte-americano e que considera poder ser o ponto de partida para uma revolução no sector.
Num mês em que as vendas no retalho caíram, globalmente, 8,7% no mercado norte-americano, as de vestuário e acessórios contraíram 50,5%, segundo os dados do Census Bureau citados pela Fast Company.
Esta queda faz do sector da moda o que apresentou a maior descida. “Os consumidores estão a redirecionar os seus gastos, de modo a focarem-se no que precisam realmente, e a cortar nos bens menos essenciais”, explica Andrew Lipsman, analista na eMarketer. Deste modo, as peças de vestuário dedicadas a atividades e locais públicos, como os fatos e as peças mais formais, estão a ressentir-se mais, enquanto que as opções que podem ser usadas em casa não estão a ser tão atingidas.
O artigo nota, também, que são as insígnias com muitas lojas físicas as mais afetadas pela crise da Covid-19, uma vez que têm custos mais elevados que não são compensados com as vendas. Já as que assentam mais num modelo digital estão a resistir melhor ao embate.
Um embate que, de acordo com os analistas citados pela Fast Company, deverá agudizar-se, sobretudo se as medidas de contenção da propagação da doença, que contemplam o encerramento destes espaços, se prolongarem para lá de maio.
Por outro lado, notam, pode-se estar perante um novo paradigma, com a Covid-19 a acelerar uma mudança que já estava, anteriormente, em curso, com o reforço da digitalização e a inclusão de cada vez experiências nas lojas físicas de modo a atrair e reter os clientes.
