De acordo com a vaga de outono do Estudo de Gestão do Risco de Crédito em Portugal, impulsionado pela Crédito y Caución e pela Iberinform, 66% das empresas têm de aceitar prazos de pagamento mais longos do que o desejado para manter a sua carteira de clientes. Os dois principais segmentos de empresas em que assenta a economia portuguesa têm um desempenho muito semelhante. O desempenho das PME melhorou 14 pontos percentuais e o das grandes empresas 11 pontos percentuais. O resultado é que 32% do tecido produtivo tem de aceitar condições de pagamento superiores às desejadas por parte das PME e 29% por parte das grandes empresas.
A capacidade dos trabalhadores independentes de impor prazos de pagamento afeta 25% das empresas. Quanto ao sector público, apenas 10% das empresas que têm relações comerciais com a Administração Pública são obrigadas a aceitar uma prorrogação dos prazos.
Ao abordar as razões que explicam a morosidade empresarial, a vaga de Outono traduz um grande incidência de indisponibilidade de fundos por parte dos clientes. Os problemas financeiros são a razão mais citada (72% das empresas), à frente dos atrasos intencionais dos clientes (44%), da complexidade dos procedimentos de pagamento (12%), da emissão de faturas incorretas (3%) ou de litígios sobre a qualidade dos bens e serviços fornecidos (1%).
Apenas 52% das empresas trabalham com prazos de pagamento inferiores aos 60 dias previstos no Decreto-Lei n.º 62/2013 que transpõe a Diretiva Europeia de medidas de combate contra os atrasos nos pagamentos nas transações comerciais. O valor representa, no entanto, uma melhoria de nove pontos percentuais face aos valores de há um ano.