A impossibilidade de suportar os encargos habituais, nomeadamente com pessoal, rendas, energia e fornecedores, leva a que 43% das empresas de restauração e bebidas em Portugal ponderem pedir a insolvência.
O número é avançado pela AHRESP – Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal no seu inquérito de julho, que reuniu 1.377 respostas válidas. Segundo a associação, os resultados apontam para um “cenário sem esperança para milhares de empresas e dezenas de milhares de postos de trabalho”, com os números a revelarem-se “verdadeiramente alarmantes”.
Pior cenário na animação noturna
Especificamente, 62% dos bares e discotecas consideram requerer insolvência a partir do corrente mês de agosto.
No total das empresas inquiridas do sector da restauração e bebidas, 75% regista perdas acima dos 40% na faturação de julho. Além disso, 16% não conseguiu pagar os salários do último mês e 14% pagou apenas parcialmente.
Dificuldades como estas contribuíram para que 16% das empresas já tenha levado a cabo despedimentos desde o início do estado de emergência, uma tendência será para continuar, uma vez que mais de 30% assume que não irá conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do ano.
Alojamento turístico também se ressente
No que às empresas de alojamento turístico diz respeito, a AHRESP revela que 27% não registou qualquer ocupação durante o mês de julho e que 20% não foi além dos 10% de lotação. “Estes resultados traduzem-se numa quebra homóloga superior a 90% na taxa de ocupação, referida por cerca de 36% das empresas”.
Para agosto, 19% das empresas não espera uma taxa de ocupação acima dos 10% e mais de 24% aponta para entre os 10% e 30%. Nessa medida, 17% das empresas do sector ponderam avançar para insolvência, caso não consigam suportar todos os encargos.
A AHRESP sublinha que os resultados do inquérito são nacionais e que não evidenciam diferenças muito significativas entre as várias regiões.