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40% das empresas da restauração e bebidas e 25% do alojamento turístico já despediram trabalhadores

Foto Shutterstock

Com escassa liquidez, as empresas da restauração e bebidas e do alojamento turístico apresentam níveis preocupantes de despedimentos, para além das intenções de insolvência: 32% na restauração e bebidas e 14% no alojamento turístico.

Os resultados de mais um inquérito mensal da AHRESP – Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal à atividade turística revelam “empresas desesperadas e sem soluções à vista” para evitar despedimentos e insolvências em massa. “Urgem medidas de apoio direto às empresas, como sejam a aplicação temporária da taxa reduzida de IVA nos serviços de alimentação e bebidas e o financiamento não reembolsável para reforço da tesouraria das empresas”, pode ler-se no comunicado.

 

Quebras na faturação

Na restauração e bebidas, cerca de 32% das empresas ponderam avançar para insolvência, dado que as receitas realizadas e previstas não permitirão suportar os encargos habituais para o normal funcionamento da sua atividade.

Para as empresas inquiridas, a faturação do mês de setembro foi devastadora, com mais de 63% das empresas a registarem quebras homólogas de faturação acima dos 40%.

Numa análise ao período de verão (junho a setembro), mais de 31% das empresas registaram quebras entre os 50% e os 75% e cerca de 29% indicou quebras acima dos 75% face ao verão de 2019.

Como consequência da forte ausência de faturação, cerca de 9% das empresas não conseguiram efetuar o pagamento dos salários em setembro e 13% só o fez parcialmente.

Com esta realidade, 40% das empresas já efetuaram despedimentos desde o início do estado de emergência. Destas, 29% reduziu o quadro de pessoal entre 25% e 50% e cerca de 14% reduziu em mais de 50% os postos de trabalho a seu cargo. Cerca de 18% das empresas assumem que não vão conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do ano.

Mais de 93% das empresas considera que as atuais medidas do Governo não são adequadas para a sobrevivência dos negócios. Destas, 81% considera a redução temporária da taxa do IVA dos serviços de alimentação e bebidas como a medida mais importante a ser implementada.

 

Cenário idêntico no alojamento

Também as empresas do alojamento turístico se deparam com as mesmas dificuldades. Durante todo o mês de setembro, 18% das empresas não registaram qualquer ocupação e mais de 19% indicou uma ocupação máxima de 10%. Mais de 28% das empresas inquiridas revelaram, para o mês de setembro, uma quebra homóloga superior a 90% na taxa de ocupação.

Para o mês de outubro, cerca de 29% das empresas estimam uma taxa de ocupação zero e 29% das empresas perspetivam uma ocupação máxima de 10%. Para os meses de novembro e dezembro, a estimativa de ocupação zero agrava-se substancialmente, sendo referida por cerca de 50% das empresas.

No período de verão, cerca de 50% das empresas registaram quebras acima dos 75%, face ao verão de 2019.

Com estas perdas, 14% das empresas ponderam avançar para insolvência por não conseguirem suportar todos os normais encargos da sua atividade. Mais de 16% não conseguiu efetuar o pagamento dos salários em setembro e 7% só o fez parcialmente.

Perante este cenário, 25% das empresas já efetuaram despedimentos desde o início do estado de emergência. Destas, 30% reduziu o quadro de pessoal entre 25% e 50% e mais de 25% em mais de 50%. Cerca de 15% das empresas assumem que não vão conseguir manter todos os postos de trabalho até ao final do ano.

Mais de 86% das empresas consideram que as atuais medidas do Governo não são adequadas para a sobrevivência dos negócios. Destas, 74% considera o financiamento não reembolsável como a medida mais importante a ser implementada.

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