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10 tendências de impacto no sector do grande consumo

A consultora estratégica Loop New Business Models apresentou, esta quarta-feira, dia 6 de fevereiro, no seu Centro de Reflexão Estratégica de Lisboa, o relatório “10 tendências de impacto no sector Grande Consumo aplicadas ao modelo de negócio em 2019”.

Duas dezenas de diretivos dos sectores FMCG, Food Retail e Packaging assistiram a Antonio Flores, CEO da Loop, abordar as tendências que, do ponto de vista tecnológico, social e de mercado, mais irão repercutir-se nos modelos de negócio e que irão obrigar as empresas a repensar as suas estratégias.

A primeira destas tendências envolve as realidades virtual e aumentada e os sistemas de voz. O CEO da Loop partilhou a incerteza do que irá ocorrer com o impulso de uma compra cada vez mais programada. Nesta linha, o contributo de experiências ao consumidor, tanto por parte dos retalhistas como da marca fabricante, é o desafio para, desde o modelo de negócio, melhorar e ativar as vendas, o que passa inevitavelmente pelo fortalecimento da relação fabricante-retalhista.

Outra das tendências prende-se com a servitização, o próximo passo das marcas. Foi apresentado o contributo dos serviços como a grande oportunidade das marcas para agregar valor, alargar a experiência e possibilidades de compra, aposta especialmente relevante para as commodities e evitar que a diferenciação seja apenas uma questão de preço.

Nota ainda para a monetização da informação perante a onda do Big Data. Antonio Flores falou de aproveitar a capacidade de converter os dados e a enorme quantidade de informação que as marcas possuem, tanto do mercado como do consumidor, e converter em serviços que ampliem a oferta de valor acrescentado para os clientes, contribuindo para aumentar a fidelização, Assim como de alargar a experiência e, por isso, a possibilidade de compra e de gerar novas fontes de receitas. “Em mercados como o retalho, existem processos e informação estruturada, mas tanto no canal Horeca independente como no canal por impulso, há muita margem de desenvolvimento e uma grande oportunidade, por exemplo, para os fabricantes que têm a sua própria rede de distribuição”, destacou Antonio Flores.

Do ponto de vista do mercado desenham-se também algumas tendências a considerar em 2019. Desde logo a questão da produção sustentável. Perante a tendência da consciencialização pelo desperdício alimentar, destacou-se que o mercado está submerso numa contradição de querer produtos frescos naturais, sem processados nem aditivos, e ao mesmo tempo exigir caducidades mais longas. “Neste contexto, aparecem novas oportunidades de negócio, por exemplo, nos modelos HPP de alta pressão que aumentam a vida do produto conservando as suas propriedades e benefícios do produto natural”.

Outra tendência reflete-se na ausência de packaging como valor estratégico. Os consumidores são cada vez mais exigentes e conscientes com o meio ambiente e forçaram os fabricantes a que a sua embalagem seja mais sustentável, inteligente, segura, eficiente e produtiva. Perante uma aposta global pela redução do plástico, cumprir com as preferências do consumidor requer que os fabricantes considerem a estratégia de packaging/no-packaging como parte do seu contributo em valor.

Nesta mesma linha, outra tendência a considerar é a economia circular. Neste ponto referiu-se que a oportunidade de muitas empresas passa por entrarem na onda que suscita a introdução de desenhos e modelos de negócio inovadores, que proporcionam novas oportunidades de negócio e amplitude à sua resposta, ao mesmo tempo em que contribuem para melhorar a sustentabilidade.

O relatório da Loop também contempla algumas tendências do ponto de vista da sociedade. A começar pela traçabilidade e credibilidade do produto, com a oportunidade de oferecer um produto de qualidade no qual se avalie a sua procedência, o seu processo de conservação, a sua informação de embalamento e canalização como elementos diferenciais da oferta.

Existe também margem de crescimento para os produtos bio/eco. A exigência do consumidor dinamiza a alimentação saudável e os produtos eco estão a crescer a um nível muito superior ao restante do sector. Nesta linha, a aposta pelo bio/eco apresenta-se não só como uma aposta para os fabricantes como também para os retalhistas que têm a oportunidade de apoiar a sua filosofia neste ponto.

Nota também para o “customer engagement” e como adaptar desde o modelo de negócio aos diferentes grupos de consumo.

Como conclusão, Antonio Flores sublinhou que todas as tendências anteriores agrupam-se na décima, onde também reside a grande oportunidade das empresas do sector do grande consumo: a superioridade em produto como estratégia para ganhar o pulso ao mercado.

Perante a necessidade urgente de rever os processos de lançamento de novos produtos/ serviços, com o objetivo de encontrar novas fórmulas de amortização, Antonio flores destacou que a análise estratégica de dados apresenta-se como melhor fio condutor para estabelecer uma estratégia de superioridade em produto nas marcas que possa ser rentável e sustentável no tempo, conseguindo a perceção de que os seus produtos ou serviços são muito superiores à média e que vencem tanto em prestações como na relação valor/preço.

Para consegui-lo, Antonio Flores partilhou a necessidade de centrar os esforços em quatro ingredientes. A começar pelo seguimento e identificação do “target”, para conseguir uma conexão real entre marcas e consumidores, algo que não se consegue através do produto per si mas desde a minha filosofia e valores como fabricante (a diferenciação real). O segundo aspeto é a correta leitura do momento, necessária para, através de uma atitude pró-ativa de procurar novos territórios de oportunidade, identificar qual é o momento adequado de satisfazer as necessidades. O terceiro ingrediente relaciona-se com a filosofia de consumo e a definição dos atributos e valores da marca que a tornam única e a diferenciam do resto do mercado. Finalmente, a governança corporativa, centrada no desenho de estratégias organizacionais que criem ambientes colaborativos e de liderança abertos à implementação de novidades, à geração de inovação aberta e à transferência de conhecimento.

Veja aqui o vídeo resumo das tendências:

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